Milícia volta a dominar Morro do Jordão após assassinato de mototaxistas



O Morro do Jordão, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, está de volta às mãos da milícia. De julho até a segunda semana de setembro, a favela foi ocupada por um bando de mais de 80 bandidos da maior facção do tráfico do Rio. Entretanto, segundo uma investigação conjunta da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) e da Divisão de Homicídios (DH), os traficantes deixaram o local após o início das incursões policiais na favela para encontrar os corpos dos mototaxistas Rodrigo de Souza Santiago e Thiago de Oliveira Rosa, mortos pelo tráfico em setembro. Após a saída do bando, os paramilitares voltaram a cobrar taxas de seguranças, que haviam sido extintas pelos traficantes.
De acordo com o inquérito, os dois foram mortos numa armadilha montada pelo tráfico, que havia sido informado por bandidos oriundos da favela das relações da dupla com integrantes da milícia. Testemunhas contaram em depoimento que, na tarde do dia 11, os dois mototaxistas foram chamados por um traficante para o alto da favela, para uma “missão”, já que ambos tinham carteiras de habilitação. Ao chegarem à área de mata, foram capturados pelos bandidos e tiveram os celulares “confiscados”. Segundo os depoimentos, nem todos os bandidos foram a favor do crime. Entretanto, a descoberta de trocas de mensagens com milicianos decretou a morte dos mototaxistas.

‘Eu tenho família’
Moradores da favela ouvidos na DH afirmam que, antes dos disparos, foi possível ouvir gritos dos mototaxistas na favela. “Eu tenho família!”, teria dito um dos dois. Os corpos foram encontrados por policiais do 18º BPM (Jacarepaguá) abandonados numa vala no alto do morro, com 18 perfurações.
Dois bandidos já foram identificados e tiveram prisão decretada pela Justiça pelo crime: Douglas Donato Pereira, o Dina — oriundo do Faz Quem Quer, na Zona Norte — e Gustavo Luiz Conceição da Silva, o Leão — morador do Jordão, que está fora da favela desde o crime.

Há dois anos, tráfico e milícia disputam à bala o controle da favela. No início de 2014, Sebastião Francisco do Carmo Filho, ex-presidente da associação de moradores apontado como integrante da milícia, foi encontrado morto em casa, dentro da favela, com quatro tiros de fuzil e 12 de pistola. Semanas depois, um bando de encapuzados invadiu Jordão, entrou num bar e levou, à força, Diego Silvestre, de 27 anos, para o meio da rua, onde o rapaz foi executado com um tiro na cabeça.
A última invasão de traficantes na favela aconteceu em 17 de julho, quando um bando de 20 bandidos — oriundos dos morros do Juramento, Faz Quem Quer e Covanca — mataram um homem e se instalaram na área de mata. Dois meses depois, fugiram pela mata por uma rota que leva até a Boiuna, na Taquara.

Fonte:Extra




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